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Inicialmente, os consumidores compravam por impulso do pânico. Agora, as prioridades nas compras mudaram.

No início da pandemia, a maioria dos consumidores passou por um período de compras desencadeadas pelo pânico - armazenando bens essenciais como o papel higiénico - quando surgiu a incerteza sobre as restrições do confinamento.

Como as restrições foram sendo levantadas em cada vez mais zonas e a mentalidade de açambarcamento se atenuou, algumas categorias estão a recuperar, nomeadamente a dos brinquedos e dos passatempos, o mobiliário e os produtos domésticos e os produtos electrónicos de consumo. E, como tal, revimos as nossas estimativas de crescimento das vendas no retalho nos Estados Unidos. Esperamos agora um crescimento de aproximadamente 2% a 4% nestas categorias - uma mudança significativa em relação à nossa previsão anterior, na qual as quedas tinham sido antecipadas em todos os sectores.
 

As categorias dos produtos electrónicos de consumo e dos brinquedos e passatempos, por exemplo, vão registar um crescimento de 4,2%, enquanto as vendas no retalho de mobiliário e produtos domésticos vão crescer 2,1%.

Como muitos consumidores continuam de quarentena, estão a investir tempo e dinheiro para aproveitar ao máximo o facto de estarem confinados em casa. “Numa base mensal, podemos ver claramente a rápida recuperação de certas categorias a partir de Maio, que coincidiu com o projecto de lei de medidas de relaxamento do coronavírus”, afirmou Cindy Liu, analista previsional sénior na Insider Intelligence.

“Durante a pandemia, assistimos a um aumento dos produtos ‘caseiros’, com os consumidores em casa”, afirmou. “Categorias como o fitness doméstico, sistemas de jogos e informáticos, produtos domésticos e de “bricolage” para a melhoria da casa, estão a beneficiar desta tendência”.

Este facto coincide com dados semelhantes de outras fontes. Uma pesquisa realizada a 18 de Março pela American Association of Advertising Agencies (4A's) inquiriu os utilizadores da Internet dos EUA com 18 anos ou mais, sobre os produtos que pretendiam comprar no mês seguinte devido à pandemia. Tendo em conta que a maioria respondeu a alimentação (84%) e os produtos domésticos (72%), o entretenimento era uma necessidade secundária clara: cerca de um quarto dos entrevistados pretendia comprar brinquedos ou produtos de artesanato. No que diz respeito ao “bricolage”, 17% respondeu que planeava comprar produtos para renovação de casas.

Dados da GlobalWebIndex, obtidos na mesma altura, revelaram que 32% dos utilizadores da internet dos EUA, com idades compreendidas entre os 16 e os 64 anos, estariam a dedicar mais tempo aos passatempos, devido à pandemia. "Um dos resultados mais surpreendentes da pandemia foi a resiliência da economia de consumo", disse Liu. "Vimos algumas categorias recuperarem muito mais rapidamente do que o anteriormente previsto." "Para categorias discricionárias como os brinquedos, o mobiliário e os produtos electrónicos, alcançar qualquer tipo de crescimento no meio destes ventos de recessão, é uma proeza enorme ", afirmou.
 

Publicado em Atualidade