ooh traz arte para as ruas
"A publicidade é a maior expressão artística do século XX". Assim o afirmou o filósofo e teórico de meios, Marshall McLuhan, ao comentar a crescente cultura de consumo da América do pós-guerra e o papel central da publicidade neste contexto.
A arte tem sido utilizada em publicidade há muito tempo e a publicidade tem sido frequentemente objecto de produções artísticas – sendo a Sopa de Campbell, de Andy Warhol, um óptimo exemplo.
No entanto, há quem alegue que a publicidade nunca poderá ser arte. Jillian Steinhauer, da publicação de notícias dedicada às artes, Hyperallergic, afirmou que “arte é ambiguidade, nuance. A publicidade só pode ser subtil até um certo ponto, porque é necessário veicular uma mensagem ... a publicidade quer ser como a arte, mas ela nunca pode abrir aquele espaço para o questionamento e a desordem da forma que a boa arte o faz, porque isso seria má publicidade."
Mas qualquer que seja a relação entre arte e publicidade, ela estende-se para além da criatividade. Enquanto uma imagem ou um filme utilizado num anúncio podem chegar a ser considerados obras de arte, a publicidade out-of-home (OOH) tem sido frequentemente utilizada como um meio exterior de exibição de obras de arte.
E que melhor meio para exibir arte publicamente do que o OOH? Como Edward Boches, Professor de Publicidade na Universidade de Boston, o comentou à revista Pacific Standard, o OOH é “uma das únicas experiências públicas e partilhadas. Dada a fragmentação dos meios (TV digital, social e “a pedido”), restam poucas oportunidades em que vemos algo, ao mesmo tempo que sabemos que outros o estão a ver". Mais abaixo, exploramos algumas das nossas campanhas artísticas favoritas, onde o OOH expõe as belas-artes nas ruas.
retrato do reino unido
Chegado o quarto ano da sua publicação, o British Journal of Photography celebra a identidade multifacetada da Grã-Bretanha com uma enorme exposição pública de retratos contemporâneos em todo o país, que comemora o multiculturalismo e a diversidade.
Milhares de retratos foram enviados ao Portrait of Britain, dos quais foram seleccionados 200. Destes, foram escolhidos 100 vencedores que a JCDecaux UK expôs em ecrãs digitais em todo o país. A exposição, vista por mais de 10 milhões de pessoas por ano, inclui retratos de figuras conhecidas, bem como de pessoas mais comuns e menos celebradas.
Simon Bainbridge, editor do British Journal of Photography, comentou que “Portrait of Britain” é arte pública em grande escala - uma exposição nacional que coloca os cidadãos do país no centro das atenções em espaços públicos movimentados… Vindos de todos os quadrantes, estes sujeitos partilham o mesmo espaço, quando se olha para o público a partir do ecrã. O efeito é um olhar persistente e testemunhado por milhões de transeuntes.”

"GOOD FENCES MAKE GOOD NEIGHBOURS" - boas cercas fazem bons vizinhos
Em 2018, o artista chinês Ai WeiWei exibiu o trabalho “Good Fences Make Good Neighbors”, dedicado à crise global de migrantes, nos abrigos de autocarros e nos quiosques da JCDecaux na cidade de Nova Iorque. A exposição contou com 98 imagens documentais, tiradas pelo próprio artista, em campos de refugiados.
O Public Art Fund, que ajudou a organizar a iniciativa, comentou que “as obras crescerão a partir da infraestrutura urbana existente, utilizando a estrutura da cidade como base e chamando a atenção para o papel das cercas na separação das pessoas. Assim, o artista destaca como esta forma, omnipresente e também omnipotente, pode alterar a maneira como entendemos e nos relacionamos com o meio ambiente.”

DOMINIQUE ISSERMANN
O fotógrafo francês Dominique Issermann exibiu fotografias sobre o tema da viagem no aeroporto Paris-Charles de Gaulle, no final de 2016. O artista exibiu as fotografias em simultâneo nos ecrãs digitais da JCDecaux no aeroporto, exibindo-as entre campanhas de publicidade em vídeo e coordenando as fotografias, numa combinação perfeita com o loop de vídeo.

"arte en las calles" - arte nas ruas
Nos últimos onze anos, a JCDecaux Guatemala trabalhou com a Fundação Rozas-Botrán para transformar a capital, Cidade da Guatemala, numa galeria de arte ao ar livre, numa iniciativa chamada Arte en las Calles.
Baseado no tema da “presença da água na Terra”, o projecto exibiu muitas obras de artistas locais e internacionais em painéis de publicidade em toda a Cidade da Guatemala. "Arte en las Calles" realizou-se pela primeira vez em 2008.

Prémios JCDecaux para Jovens Artistas
Estabelecidos em 2016, e co-participados com o Contemporary Arts Centre of Vilnius, os Prémios JCDecaux ocorrem uma vez por ano na Lituânia e representam uma grande oportunidade para os jovens artistas lituanos se apresentarem ao grande público.
O artista vencedor, cujo trabalho é avaliado por curadores independentes, recebe 4000€ e a possibilidade de expôr a sua arte no mobiliário urbano JCDecaux durante um mês. A obra é depois exposta no Contemporary Art Centre em Vilnius.
A obra mais recentemente premiada - "The Pulse", ou "Pulsas", de Matas Janušonis - captura, de forma simbólica, o pulsar da cidade. Equipado com sensores de som, detecta movimentos sonoros próximos, como o diálogo entre pessoas, palmas, carros a passar... estes sons, gravados em tempo real, são depois registados graficamente em folha de papel.
Matas Janušonis vê assim a cidade como um enorme museu, sendo os humanos que a habitam a sua obra-prima.

Paris e parisienses
A JCDecaux FR juntou-se à École des Beaux-Arts em Paris, uma das mais respeitadas instituições no país, para desafiar estudantes a desenharem uma obra de arte com o tema "Paris e Parisienses" - uma carta de amor à sua capital.
As últimas obras vencedoras - de Juliette Green, Nastassia Kotava, Domitille Siergé e Gabrielle Simonpietri - deram vida a uma larga exposição de 200 cartazes em quase 70 colunas à volta da cidade pelo período de um mês.
As colunas de publicidade parisienses, conhecidas como colunas "Morris", encontram-se na cidade desde 1868 e são já um ícone e parte da herança visual de Paris. Ao longo de gerações, expuseram dos maiores e mais reconhecidos cartazes do século XX.
A iniciativa é uma continuação do compromisso histórico da JCDecaux com a cultura e a difusão da arte como um evento acessível a todos.
